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ANA PAULA ALBERTO CALDEIRA **OUTRAS PAGINAS, DA PAGINA OFICIAL** http://ana-paula-alberto-caldeira.blogspot.com/ Bloguer*youtuber*pintora*escritora*fotografa* internauta/cronista*Tripulante de Ambulâncias de Transporte, da Cruz Vermelha Portuguesa *Formação Base Cruz Vermelha Portuguesa *Sócia Cruz vermelha Portuguesa*

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OS FANTASMAS DO SANATÓRIO

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"OS FANTASMAS DO SANATÓRIO".



Os amigos 5GAM como eram conhecidos, reuniam-se ás quintas-feiras na casa do jokas.
Falavam de politica, de futebol, mulheres, e fantasmas.
Naquela tarde, os cinco grandes amigos, os 5GAM, festejavam a vitoria do Benfica, bebiam cerveja sagres, e vinho moscatel de Setúbal, o jimy era de Setúbal, Joaquim servia farinheira assada, e febras na brasa, os restantes, comiam e bebiam.
Quando a vizinha do andar de baixo, chamou a policia,  já um deles cantava o  fado da severa, á sua porta.
Resultado, na semana seguinte reuniam-se ás sextas, na casa do jimy, porque a vizinha do res-do-chão, costumava passar os fins de semana, no Alentejo, e as sextas á tarde, já não vinha  para casa.
Na semana seguinte, na casa do jimy, Orlando falava de fantasmas, quando o quadro da sala caiu sem explicação, ficaram todos pasmados a olhar, Jimy inspeccionou o quadro, pendurou de novo, começou o lanche, falavam de mulheres, bebiam vinho do Porto, e comiam entremeada assada, com cachoeira assada, Orlando bebia gasosa.
Tocam campainha, quando Joaquim, cantava o fado da sua vida, como nos velhos tempos, de estudante de Coimbra, todos os acompanhavam.
Dudinha abre a porta, e não fala, vão todos ao encontro de dudinha, que coçava a cabeça, ficaram todos calados, era  a  vizinha do rês-do-chão, com a patrulha da policia.
As semanas seguintes, não se reuniram, andava cada um para seu lado, os treinos no benfica, o negocio das antiguidades, o trabalho temporário no centro de emprego, e as consultas no centro de saúde, mais a investigação policial,e o serviço humanitário, ocupava-os.
Estes cinco amigos, tinha profissões diferentes, o que  os unia era o convívio, e o clube desportivo, o Benfica, e o mesmo partido politico, que nunca ganhara eleições, mas que eles adoravam.
Jimy era o homem das antiguidades, e dos negócios.
Naquela tarde trouxe a novidade, que conhecera uma quinta, no interior do país, que poderia ter muita importância, para os seus convívios e negócios, aquele espaço, tinha muita velharia.
Jimy conhecera a quinta Sra do pranto, porque um amigo, queria vende-la, e entregou-a a jimy, para cuidar, e inclusive  retirar o recheio, no seu interior.
Mais um bom negocio, para jimy, Joaquim acompanhava-o por causa dos cavalos, os restantes amigos, a viagem e o comes e bebes.
Naquela tarde, ainda fizeram as malas e foram, conhecer a quinta, do jimy.
Uma herdade alentejana, com vizinhos de raça, nomeadamente, cavalos, e varas de porcos pretos, etc, dudinha atrevido, quase era mordido por uma porca, que não gostou da presença dele,  perto dos bacorinhos.
O aspecto da casa, bastante bom, espaço remodelado, bem dividido, e muito mobilado.
Uma capela, no fundo da quinta, mas nenhum dos 5GAM, deu importância aquele espaço religioso.
Uns porque era ateus, e outros, porque eram muçulmanos e judeus.
A paisagem em redor, agradava-lhes, pelo facto de ser magnifica, verdejante, e também granítica, não muito longe dali, e o edifico no cimo da colina.
Depois de recolherem, cada um aos seus quartos, regressaram á sala grande da casa, para fazer visita guiada, ao local de fim de semana.
Antes da caminhada em volta da quinta alentejana, olharam a colina não muito longe dali.
Joaquim que alem de medico, era um chefe cozinha com estrela michelin, preparava o almoço, escolhera, um coelho á caçador,e para sobremesa, um pudim de abade priscos,as alheiras á miradela, ficariam para mais tarde, assim como o queijo, da serra da estrela, o vinho da Bairrada,  fazia companhia, é iguaria nacional.
Dali, contemplavam o edifício construído, no inicio do século passado,  
após algumas interrogações, uns com os outros, seguiram até lá, ignorando o resto á volta, fazendo tempo, ate ao almoço.
O edifício de grande porte, meio degradado, transmitia ser um  local desprezado, e de facto era, isso mesmo.
Janelas partidas, e portas também, paredes exteriores em muito mau estado, a necessitar de muita pintura e manutenção, em abundância.
Os cinco amigos, deram varias voltas ao edifício, que mais tarde identificaram como sanatório, a curiosidade de um deles, fe-los entrar.
Soalho de madeira podre, portas de madeira corroídas  e janelas também,   camas de ferro enferrujado, e em alguns compartimentos, varias panelas de alumínio e cafeteiras, o insólito foi mesmo, paredes de casas de banho, pintadas ate meio, de vermelho.
O medico Joaquim inspeccionava, todos os locais, muito em pormenor.
Entretanto, ja tinham fugido todos, quando viram algumas sombras passar nas paredes brancas, que ainda se mantinham estocadas á época.
E como não sabiam a saída, andavam espalhados pelo sanatório, como almas desesperadas, á espera da fuga.
O homem das antiguidades, jimy que entretanto ficara sozinho, a contemplar a paisagem, onde se inclui a sua a sua quinta, é surpreendido, 
por uma mulher, que se dirigira a ele,  falava muito, gesticulava bastante, e desapareceu, através da porta, sem que este, percebe-se alguma coisa.
jimy fugiu, mas olhava as paredes brancas estocadas, ainda daquele tempo, onde de vez em quando, passavam sombras, jimy e os outros amigos, viam-nas nitidamente.
Orlando e dudinha, andavam perdidos, pelas salas do sanatório.
Os telemóveis ficaram todos sem rede, e sem em bateria.
Orlando, foi confrontado com um homem, que se dirigia para uma janela, e que logo de seguida, saia por ela, num vulto branco, para perto da capela, mesmo ali, mas do lado de lá.
Orlando disparou em todas as direcções, de seguida foi espreitar a janela,a paisagem plana, verdejante, e longínqua, o dia estava solarengo,o que fez que este, permanece-se por ali, algumas horas a espreitar a capela.
Joaquim que terminara, a vistoria pelos compartimentos, da ala esquerda do sanatório, assusta dudinha, que inspecciona a cave, onde se encontram, compartimentos de  câmaras, ao longo do corredor, apenas de um dos lados.
Uma mulher surge, e abre uma das portas, das câmaras a dudinha.
O barulho de jimy ali perto, faz com que dudinha recue, e a mulher desaparece, pelas janelas, logo ali em frente, ficando parada, do lado de lá, perto de uma laranjeira brava.
Dudinha, foge dali, e encontra uma porta, fugindo para rua.
Dudinha tenta ligar para os amigos, mas não consegue, estão sem rede.
Todos procuram dudinha, dentro sanatório.
Ja no primeiro andar do sanatório, surge um homem e a mulher, que gesticulam, sorriem, mas ninguém percebe nada, atravessam paredes, e  janelas, entram e saem.
Os quatro amigos, fogem dali.
O sanatório abandonado, estava cheio de fantasma, Joaquim  cruza-se com um homem de bata branca, que lhe indica o caminho, para a câmaras, seguem todos atrás dele.
Joaquim ainda olha a tempo, para a janela da rua, onde vê dudinha, sentado num vaso de malvas, com o telemóvel na mão.
Joaquim tenta falar-lhe, batendo na janela, quando uma mulher surge, abrindo a porta, da rua a Joaquim,e aos restantes amigos, saem de fugida, o ultimo, fica preso na porta, sabe-se lá do quê! 
A mulher desapareceu, também na direcção da capela.
O anoitecer surgiu, e quando chegaram á quinta, ja noite, as luzes do sanatório,  la no cimo da colina, estavam todas acesas.
Naquele noite, ja não saíram de casa, jantaram pataniscas de bacalhau, e camarões fritos, com vinho verde, fresquinho.
Após jantar alguns dormiam, enquanto outros, debatiam o assunto do dia, o sanatório infestado de fantasmas. 
Joaquim e jimy os únicos com ligações religiosas, mas não á fé católica, pensaram convencer os ateus, dudinha, orlando e joka a procurar um exorcista, jimy e Joaquim, queriam voltar ao sanatório, por razões diferentes, mas não queriam lá os fantasmas, a incomoda-los.
Jimy e o seu negocio das antiguidades, e joaquim o medico que queria conhecer mais, este ambiente de funcionamento de sanatório, ja desactivado, mas mesmo assim, curiosidade, era mais forte.
No dia seguinte, jimy e joaquim convenciam os três ateus, a procurar um exorcista.
Os três recusaram, e foram visitar a quinta, os cavalos puros de raça lusitana, fascinava-os.
A porca preta belota, tentou novamente morder dudinha, que tentava apanhar um bacorinho malhado, que fugia em direcção, a um par de gansos, que veio ao encontro dos três amigos, e só quando um dos gansos, arrancou um pedaço de tecido, das calças de orlando, é que os três amigos perceberam, que os gansos tinham más intenções.
Joaquim e jimy procuram um sacerdote religioso, ligado á fé católica.
O sacerdote não estava naquele dia, nem nos próximos, tinham mudado de paroquia, e regressado ao norte de país. 
Os 5 GAM lancharam, francesinhas á moda do porto,  e um tinto transmontano, que orlando também bebeu, neste dia, não misturou gasosa.
Os 5GAM estavam decididos, a por termo aos fantasmas do sanatório, la do cimo da colina, rodeada de arvoredo.
Dudinha teve a feliz ideia, que com cruzes, os fantasmas se afastavam, naquela noite as luzes do sanatorio não se acenderam, para espanto de todos.
Jokas olha uma pedra do lado de trás da quinta, que atrai os restantes GAM, vestígios por todo o lado, que terminam numa capela, um homem surge, mas os 5GAM, ignoram, pensando ser um fantasma, porque nem um, dos amigos ouviu passos.
O homem farto, de os ver, a contemplar as pedras, com inscrições, grita-lhe, fugiram todos, para trás da igreja.
O homem ri, ri á gargalhada.
Orlando, saí do meio deles, enfrentando o homem, que ria perdidamente, orlando toca-lhe no ombro, e este fica serio, olhando orlando, que entretanto sorriu.
Os restantes GAM surgem, para junto destes.
O homem dirigi-se á igreja, abrindo o portão de ferro e a porta de madeira, ao passarem pelo homem, todos lhe tocam, o que faz com este, volte a rir, á gargalhada.
As luzes do sanatório voltaram á acender-se, quando escureceu, e voltaram todos para a quinta com o homem desconhecido, que usava uma cruz templaria.
Naquela noite de verão, comeram e beberam a noite toda, um leitão á Bairrada, e outros açorda á alentejana, os vinhos reserva, do esporão de 2008.
A festa durou ate madrugada, falavam sobre fantasmas e sobre templários.
A manhã surgira, e dormiam ali mesmo, debruçados sobre á mesa, o homem da cruz pátea, acordou, e foi-se embora, deixando uma cruz templária, em cima da mesa, abalando montado num cavalo, de pura raça lusitana, dos muitos, que a quinta tinha.
Os 5GAM, olharam a cruz em cima da mesa, passaram á volta, sem lhe tocar.
voltaram para Lisboa, nesse mesmo dia joaquim e jimy, conseguiram, encontrar um exorcista, explicaram o sucedido, e dias depois, regressaram á quinta Alentejana.
Naquela semana, o exorcista vai ao sanatorio á procura dos fantasmas, tal como combinado, com jimy e joaquim.
Naquela manhã chuvosa, deram voltas e voltas, e as portas fechadas, sem o mínimo acesso, ao interior do edifício.
Olharam desolados, abalaram em direcção á quinta, o homem templario olhava-os de longe, em cima do cavalo, ao anoitecer as luzes do sanatorio, ja não acenderam.
O homem templario, chega á quinta alentejana, e permanece na capela, que estava aberta.
Os 5GAM seguem os trilhos do campo, para finalmente, fazerem ligação á estrada, e voltam para Lisboa.
Os homens templarios, reúnem-se na quinta alentejana, da NS do Pranto.
As luzes do sanatorio, nunca mais acenderam, e as portas do edifício,  nunca mais se abriram.
Jimy arranjou casa em perto de Sesimbra,  mas os 5GAM não gostaram, e naquela manhã preparava-se, um chanfana para o almoço.
No dia seguinte, a festa na casa do orlando, prolongou-se ate tarde, com grandes fadistas, ali do bairro, muita cerveja, mariscos e sardinha assada, vinda de propósito de Peniche.
No outro dia, seguiram para a quinta, da nossa Sra do pranto, e juntando-se aos templários.
Foram todos, visitar o sanatório, e os fantasmas naquele dia, de sexta feira, á tarde.
Os templários iam na frente, e quando chegaram, ao edifício, entraram por uma entrada, desconhecida dos 5GAM, la dentro um silencio absoluto, de um casarão vazio, os cinco amigos, olhavam em redor, e especialmente as  paredes.
Depois de percorrerem varias alas do edifício, secular, foram saindo um a um.
O dono da quinta, esta de volta, e veio para ficar, os templários abalaram, e os 5GAM também.
Naquela noite, as luzes do sanatório, acenderam-se de novo.
A cruz Templaria, que estava pendurada, num prego da sala,  desapareceu.

ana paula alberto caldeira 27/04/2013